Volume será três vezes maior que a demanda global instalada em 2024, segundo projeções do Climate Energy Finance
A capacidade global de fabricação de painéis solares deve alcançar 1,8 terawatts (TW) até o final de 2025, conforme projeções do think tank australiano Climate Energy Finance (CEF). Esse volume equivale ao triplo da demanda global instalada em 2024, evidenciando um cenário de ampla oferta no setor.
Segundo a entidade, o setor passará por investimentos massivos ao longo deste ano, com a China mantendo sua posição dominante na cadeia de suprimentos. Em 2024, a capacidade fabril chinesa cresceu 29% em comparação com o ano anterior.
Para o CEF, esse excesso de oferta poderá levar a um processo de consolidação no mercado, forçando a saída de fabricantes menos competitivos e fortalecendo empresas que conseguem operar com custos mais baixos.
Desafios para a produção fora da China
Enquanto a China continua sua rápida expansão na fabricação de módulos solares, outros países enfrentam desafios relacionados a custos elevados e incertezas políticas.
🇺🇸 Nos Estados Unidos, políticas protecionistas como a imposição de tarifas sobre produtos chineses impulsionaram a produção doméstica. A expectativa é que o país atinja entre 55 e 60 GW de fabricação anual até o fim de 2025.
🇮🇳 A Índia, por sua vez, tem ampliado sua capacidade produtiva, mas ainda depende fortemente de wafers e células importadas da China, o que pode expô-la a restrições comerciais impostas por nações como os EUA.
Parcerias estratégicas e oportunidades para o Ocidente
Para enfrentar os desafios da produção fora da China, o CEF sugere que países ocidentais busquem parcerias estratégicas com empresas chinesas, acelerando a produção local de forma competitiva.
A Austrália foi citada como exemplo desse movimento, destacando a joint venture entre a startup SunDrive Solar e a gigante Trina Solar.
Energia solar no caminho para se tornar a fonte mais barata do mundo
Além do crescimento na fabricação de painéis, a CEF aponta que a energia solar está prestes a se consolidar como a fonte mais barata de geração elétrica até 2030.
📉 Redução de custos: O CAPEX (custo de capital) para projetos solares caiu de US$ 3.000/kW entre 2014 e 2016 para cerca de US$ 1.000/kW em 2024;
⚡ Eficiência crescente: Avanços tecnológicos nos módulos solares e a queda no preço do polissilício reduziram ainda mais os custos do setor nos últimos dois anos.
Atualmente, projetos de energia solar combinados com armazenamento já são mais competitivos do que usinas a carvão na Índia e usinas a gás na Alemanha.
Em relação aos custos de implantação:
🔹 Índia e Austrália: entre US$ 500 e US$ 700/kW;
🔹 Estados Unidos: acima de US$ 1.200/kW, devido às tarifas sobre módulos importados.
Com essa tendência de barateamento e a ampliação da capacidade produtiva global, a energia solar deve assumir um papel ainda mais relevante na transição energética mundial, substituindo progressivamente fontes fósseis e garantindo um futuro mais sustentável.