O crescimento acelerado da energia solar no Brasil tem impulsionado soluções sustentáveis e econômicas, mas também traz à tona desafios importantes — entre eles, a segurança das instalações.
Um caso recente em Goiânia (GO), onde o telhado de uma igreja desabou durante a instalação de uma usina solar, chamou a atenção para os riscos estruturais associados a obras mal planejadas.
Especialistas apontam que muitos telhados não foram originalmente projetados para suportar o peso adicional dos módulos fotovoltaicos. Sem um laudo técnico adequado, há risco real de comprometer a integridade da edificação e a segurança de quem a frequenta.
Os erros mais recorrentes vão além da estrutura física frágil. Um dos principais problemas é a avaliação superficial da capacidade da construção que receberá o sistema solar, frequentemente realizada sem acompanhamento de profissionais especializados. Isso pode colocar em risco tanto os consumidores quanto a operação a longo prazo.
Outro ponto crítico é a formação técnica das equipes responsáveis pela instalação. A ausência de capacitação adequada pode comprometer a qualidade e a durabilidade do sistema, além de impactar negativamente a relação com o cliente e a reputação da empresa.
Planejamento precisa considerar características climáticas
Com um território de dimensões continentais e variações ambientais expressivas, o Brasil exige atenção redobrada no planejamento e na execução de usinas solares. Regiões com fortes ventos ou incidência de chuvas intensas, por exemplo, exigem estruturas de suporte mais robustas e bem dimensionadas.
Um elemento técnico essencial nesse processo é a isopleta — um tipo de mapa que indica a velocidade característica dos ventos em diferentes regiões do país. Com base nessas informações e nas diretrizes da norma NBR 6123, que trata das pressões de vento em edificações, engenheiros ajustam o projeto estrutural de forma a garantir a segurança da instalação.
Projetos em áreas mais suscetíveis a intempéries naturais podem demandar investimentos maiores em infraestrutura (CAPEX) e cuidados extras durante a operação (OPEX), o que inclui seguros e planos de manutenção mais rigorosos.
Manutenção preventiva: essencial para evitar riscos
A manutenção periódica dos sistemas fotovoltaicos também desempenha um papel fundamental na segurança e no desempenho das usinas solares. Inspeções regulares ajudam a identificar falhas em componentes elétricos, corrosões, hot spots e outros sinais de desgaste.
A adoção de práticas rigorosas desde o projeto até a operação é essencial para garantir não apenas a durabilidade dos sistemas, mas também a confiança do consumidor e a sustentabilidade do setor como um todo.