Especialista explica como a queda no preço dos equipamentos e a alta na conta de luz mantêm a energia solar como um ótimo investimento
O mercado de energia solar passou por transformações significativas nos últimos anos. Avanços tecnológicos, aumento da capacidade produtiva global e mudanças no cenário econômico impactaram diretamente os custos dos sistemas fotovoltaicos.
Entre os principais fatores que contribuíram para essa mudança está a queda expressiva no preço dos painéis solares. De acordo com dados levantados pelo Canal Solar em parceria com a Solfácil, o custo médio de um sistema fotovoltaico no Brasil caiu de R$ 4,80/W em 2022 para R$ 2,40/W no final de 2024.
Essa redução nos preços foi impulsionada principalmente pelo excesso de produção na China, que gerou uma guerra de preços no setor, diminuindo as margens de lucro dos fabricantes e pressionando os integradores a se adaptarem às oscilações do mercado.
O impacto da alta dos juros no financiamento solar
Apesar do aumento nas taxas de juros, o financiamento para sistemas fotovoltaicos se tornou mais acessível do que há um ano. Segundo Fabio Carrara, CEO da Solfácil, a queda nos preços dos equipamentos ajudou a equilibrar os custos, permitindo que as parcelas do financiamento permanecessem viáveis para os consumidores.
Outro fator que favorece a energia solar é a constante alta na conta de luz. Em estados onde a tarifa de energia é mais cara, os projetos fotovoltaicos tendem a ser ainda mais vantajosos, pois a economia gerada compensa rapidamente o investimento inicial.
Desafios do setor e novos rumos
Mesmo com a queda no preço dos painéis, o mercado enfrenta desafios como o aumento da alíquota de importação, que subiu de 9,6% para 25% no final de 2024, além da flutuação do câmbio. Esses fatores podem impactar os preços no curto prazo, exigindo atenção dos consumidores e integradores.
Outro ponto de destaque é o crescimento da demanda por sistemas de armazenamento de energia. A busca por baterias tem aumentado devido a quatro fatores principais:
- A redução do valor dos créditos de energia injetada na rede (Lei 14.300/2022);
- Os apagões registrados em algumas regiões do Brasil, que aumentaram a preocupação com segurança energética;
- A inversão de fluxo de potência, que dificulta a conexão de novos sistemas solares;
- A queda no preço das baterias, tornando essa tecnologia mais acessível.
Oportunidades para o futuro
Apesar dos desafios, o setor de energia solar segue em forte crescimento no Brasil. Para os próximos anos, a tendência é que o armazenamento de energia ganhe ainda mais espaço, assim como soluções inovadoras que permitam maior independência do consumidor em relação às concessionárias de energia.
“O mercado de energia solar ainda tem muito espaço para crescer. Além da geração fotovoltaica, o armazenamento de energia será um dos próximos grandes movimentos do setor. Os integradores que se atualizarem e souberem oferecer soluções completas terão uma grande oportunidade pela frente”, afirma Fabio Carrara.
Com a queda nos preços dos equipamentos e o aumento constante da conta de luz, o momento segue favorável para quem deseja investir em energia solar e garantir economia a longo prazo.